Robinho revela como é a vida na prisão: "As mentiras que têm saído..."
Robinho quebrou, esta quarta-feira, o silêncio, sete meses depois de ter dado entrada na Penitenciária Número 2 de Tremembé, cadeia situada no interior do estado brasileiro de São Paulo, para cumprir nove anos de prisão, por ter sido considerado culpado de participar na violação sexual em grupo de uma mulher albanesa, na cidade italiana de Milão, em 2013.
Num vídeo divulgado pelo Conselho da Comunidade de Taubaté (um organismo sem fins lucrativo criado pela juíza Sueli Zeraik com objetivo de apoiar o Poder Judiciário), o internacional canarinho aproveitou para 'colocar os pontos nos is', negando qualquer tipo de tratamento preferencial neste estabelecimento prisional, ao contrário daquilo que chegou a ser veiculado.
"A alimentação, o horário em que durmo... É tudo igual aos outros reeducandos. Nunca comi nenhuma comida diferente, nunca tive nenhum tratamento diferente. Na hora do meu trabalho, faço tudo, aquilo que todos os outros reeducandos também fazem. Quando queremos jogar futebol, é permitido, quando não há trabalho, aos domingos", começou por afirmar.
"Nunca tive nenhum tipo de benefício. As visitas são aos sábados ou domingos. Quando a minha esposa não vem sozinha, vem com os meus filhos. O mais velho joga, e os dois mais novos podem vir. A visita é igual e o tratamento é igual para toda a gente. As mentiras que têm saído, como como sou o líder e tenho problemas psicológicos... Nunca tive isso", prosseguiu.
"Nunca tive de tomas remédios, graças a Deus. Apesar da dificuldade que é estar numa penitenciária, graças a Deus, sempre tive uma cabeça boa, e estou a fazer tudo aquilo que todos os reeducandos também podem fazer (...). Aqui, o objetivo é reeducar, ressocializar aqueles que cometeram erros. Nunca tive nenhum tipo de liderança aqui, em nenhum lugar. Aqui, quem manda são os guardas, e nós, os reeducandos, só obedecemos", completou.
Dos relvados à prisão. O que aconteceu a Robinho?
Natural de São Vicente, no Brasil, Robinho levou a cabo uma carreira de estrelato, representando alguns dos melhores clubes do mundo, como foi o caso de Real Madrid, Manchester City ou AC Milan. No entanto, foi, precisamente, durante a segunda passagem pelo clube italiano que tudo veio 'por aí abaixo'.
O internacional brasileiro reencontrou, na discoteca Sio Café, em Milão, uma mulher albanesa que conhecera, dois anos antes, em 2011, e que fora, inclusive, à sua própria festa de aniversário, em 2012. A 23 de janeiro, um dia depois de ter completado 23 anos de idade, esta saiu à noite, com amigas, onde se cruzou com ele, uma vez mais.
Aí, no meio da confusão, a vítima terá sido levado por um grupo de seis homens (entre eles, o jogador, atualmente, com 41 anos) para o camarim de um músico, onde acabou por ser violada. Quatro meses depois, denunciou o caso, junto das autoridades italianas, que deram início a uma investigação formal.
Esta prolongou-se ao longo de largos anos, sendo que Robinho manteve sempre que era inocente. No entanto, em janeiro de 2022, a Terceira Secção Penal do Supremo Tribunal de Cassação, em Roma, declarou-lo culpado. Na altura, este tinha voltado já ao Brasil, onde acabou por cumprir pena, apesar dos pedidos para que fosse extraditado para Itália.
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