Mourinho revela dupla que não queria lançar e atira: "Benfica tem vícios"

O Benfica recebeu e bateu, esta quarta-feira, o Tondela, por categóricos 3-0, para carimbar o apuramento para a final four da Taça da Liga, onde terá pela frente o Sporting de Braga, que, sensivelmente à mesma hora, goleou o Santa Clara, por 5-0. Ainda assim, José Mourinho confessa que nem tudo foi um 'mar de rosas'.

 

Os encarnados colocaram-se em vantagem à beira do apito para o intervalo, na sequência de uma grande penalidade convertida por Nicolás Otamendi, mas só conseguiram dar o jogo por resolvido à beira do apito final, à 'boleia' dos golos de Dodi Lukébakio e Vangelis Pavlidis. Uma demora que acabou por causar sensações negativas ao treinador português.

"Não gostei da primeira parte. Senti-me culpado, estava no banco com alguma sensação de de não ter conseguido passar a mensagem que queria, de resolver isto rápido. Ter 53 mil pessoas num jogo da Taça da Liga, no meio da semana, à noite é uma coisa fantástica e merecedora de mais da nossa parte", começou por afirmar.

"A atitude não foi má, mas foi qb. Na segunda parte, entrámos muito bem O golo que fizemos, que foi anulado por 1 cm, é bonito. Aquela espera interminável para saber se era um golo válido esfriou a coisa e fui obrigado a mudar da maneira que não queria e não esperava. Não quis arriscar, e, quando meto o Pavlidis, o cariz do jogo mudou. O Ríos, com a sua fisicalidade, apanhou uma equipa em quebra. A vitória é normal, justa e incontestável, mas esperava mais", acrescentou.

Afinal, o que falta a este Benfica?

Questionado quanto àquilo que ainda falta o Benfica fazer para o conseguir convencer, o Special One atirou: "Tínhamos de estar aqui meia hora, e, depois, havia pessoas lá em casa que não iam perceber a minha terminologia. Resumia tudo isso em intensidade, seja ofensiva seja defensiva, em pressionar como pressionámos contra o Arouca, recuperar a bola e olhar para a frente".

"Temos alguns vícios de recuperar a bola e passar para trás. Tirar a bola da zona de pressão, mas não olhar para a frente. Eu quero intensidade e ritmo, isso melhora-se com treino. Não há muitas oportunidades. Tenho mais conferências de imprensa do que treinos com a equipa.. Queria ilibar daquilo que considerei a falta de atitude, a linha de quatro defesas. Foram sérios do início ao fim. Não estamos a marcar golos, mas ninguém nos faz. A sensação era que ninguém no Tondela ia fazer golo", apontou.

"Não dei minutos ao Obrador porque não quis facilitar muito"

A terminar, o técnico dos encarnados justificou por que manteve Rafa Obrador no banco de suplentes, pese embora, na véspera, tenha dado a entender que lhe iria dar oportunidade de jogar: "Não dei minutos ao Obrador porque não quis facilitar muito e ao mudar peças que sabia que podiam retirar qualidade do meio para a frente, queria ter estabilidade lá atrás".

"Ter estabilidade jogar lá atrás era jogar com dois dos três centrais fantásticos que tenho e manter aquilo que, sem Dedic, é a nossa linha defensiva. Quis ter essa garantia que mesmo que as coisas corressem bem do meio-campo para a frente, queria ter estabilidade. Queria meter o Obrador ao intervalo, mas o jogo não se proporcionou dessa forma", concluiu.

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