Artur Jorge afasta (para já) regresso a Portugal e deixou esta garantia
Artur Jorge recordou esta quinta-feira, em extensa entrevista concedida à TNT Sports, do Brasil, o processo de saída do Botafogo para o Al Rayyan, clube que agora orienta no Qatar.
Campeão do Brasileirão e da Taça Libertadores em 2024 pelo Botafogo, o treinador português confessou que o clube brasileiro continua no seu coração, peso embora o "ruído" que a sua saída originou.
"Confesso que me arrepio, confesso que sim. O Botafogo é um clube que está no meu coração, não há dúvida disso. Quando eu falo muito daquilo que é a carência de adeptos aqui [no Catar], eu tive uma das melhores massas adeptas do mundo ao meu lado e isso faz-me falta. Faz-me falta sentir, porque fui um treinador ganhador. Fui um treinador que acabou por ter um ano de 2024 excepcional, quando conseguimos títulos, um deles exclusivo e outro de longa data, e em que nós conseguimos fazer com que o Botafogo voltasse a ser um Botafogo de primeira linha. Hoje mais caído por aquilo que tem sido o desempenho deste campeonato, mas para mim será sempre um clube que vai estar eternamente ligado e que está dentro de mim, porque, de facto, vivi ali momentos maravilhosos, ímpares. E nada, nem o ruído, faz com que eu diminua aquilo que foram as lembranças, as memórias e o sorriso na cara de me lembrar ou de falar de Botafogo", começou por dizer.
"Não estou preocupado, há uma coisa que se chama consciência e eu tenho uma consciência completamente limpa sobre este episódio. Eu já ouvi muita coisa sobre este assunto e não vou entrar num nível que não me agrada para discutir, porque as memórias que eu tenho do ano de 2024 com o Botafogo são para mim muito mais importantes e inesquecíveis do que gastar e perder energia com assuntos e episódios que não merecem a minha atenção. Posso dizer que grande parte são inverdades, que só servem para desvalorizar aquilo que foi feito com o meu nome e está ligado eternamente com o Botafogo. Não há forma de racionalidade para responder sobre isto", acrescentou.
Artur Jorge considerou ser "muito difícil" regressar à I Liga num futuro próximo, afirmando que só aceitaria fazê-lo caso recebesse uma proposta de um dos "três grandes" do futebol português.
"O meu regresso a Portugal é muito difícil nesta altura. E acho pouco provável até porque, como já disse, eu em Portugal treinaria só Benfica, FC Porto ou Sporting. Não ia treinar mais ninguém nesta altura da minha carreira, obviamente. Tenho também contrato com o Al Rayyan até 2027 e estou muito satisfeito. Vivo apaixonadamente o projeto em que estou inserido e estou aqui muito de corpo e alma", vincou o técnico.
"Tenho também, como já foi público, a vontade e a paixão de poder voltar ao Brasil, o que poderá acontecer. Durante os dez meses em que aqui estou, tive quatro abordagens para poder voltar ao Brasil de clubes da Série A. Mas achei que o momento, tudo aquilo que era, não fazia sentido, porque tenho, de facto, este compromisso, como disse, de acrescentar valor, de poder ajudar o Al Rayyan e de fazer com que o clube possa crescer dentro de uma Liga que está em franco crescimento também", finalizou.
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